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Theo Seiler, é um oftalmologista e físico Alemão. Especialista em oftalmologia, conquistou vários prêmios de grande importância nesta área, além de ser o precursor da cirurgia refrativa.

Também ficou conhecido pelas suas grandes conquistas e desenvolvimentos, como por exemplo:

  • Desenvolveu o primeiro laser de corante clínico;
  • A primeira bobina de superfície para ressonância magnética da órbita;
  • A primeira ceratectomia fototerapêutica (PTK) em olhos humanos, que é utilizada para tratar lesões corneanas;
  • A primeira cirurgia cerato refrativa (PRK), que é realizada para a correção da miopia, astigmatismo e hipermetropia diminuindo a dependência de óculos ou lente de contato;

Em 1995 criou e desenvolveu a reticulação da córnea, também conhecido como Crosslinking.

Atualmente Prof. Dr. Theo Seiler, MD, PhD é Diretor Administrativo e Chefe de Especialista em Oftalmologia em Zurique na Suíça. Além das conquistas aqui mencionadas, ele desenvolveu as primeiras aplicações clínicas de cross linking corneal, dentre outras.

Vale ressaltar, que  em 1966 a metodologia de reticulação fotoquímica de polímeros foi   patenteados nos Estados Unidos, porém, os primeiros estudos do Crosslinking (CXL) em olhos humanos iniciaram-se em 1998 na Universidade de Dresden na Alemanha por Wollensak, Spoerl e Seiler,  que sugeriram o uso de luz ultravioleta associada a riboflavina (vitamina B2) que é um agente fotossensibilizante para indução da reticulação do colágeno corneano  conhecida hoje como Crosslinking.

Mas afinal o que é a Cirurgia Crosslinking Corneana?

O crosslinking de córnea é uma técnica utilizada para estabilização e aumento da resistência corneana, este tratamento tem como objetivo intervir no colágeno corneano e modificar as propriedades biomecânicas deste colágeno, impedindo a progressão do ceratocone.

O tratamento associa a riboflavina (vitamina B2) e a luz ultravioleta, o que provoca novas ligações entre as moléculas de colágeno da córnea, fortalecendo e estabilizando a doença.

    Técnica utilizada na cirurgia do Crosslinking

    1. A cirurgia dura cerca de uma hora e o paciente é liberado após o procedimento sem necessidade de internação ou jejum.
    2. O procedimento dá início em regime cirúrgico ambulatorial, sendo utilizado anestesia local através do colírio de cloridrato de proximetacaína 0,5%.
    3. Logo em seguida faz a remoção manual do epitélio corneano central em 9mm, por meio de raspagem utilizando espátula.
    4. Depois da raspagem é utilizado o colírio de solução de riboflavina (vitamina B2) 0,1% que é aplicado na córnea a cada 5 minutos por um período de 30 minutos antes do início da irradiação UVA.
    5. Usando-se a lâmpada de fenda em luz azul de cobalto, verifica se a riboflavina (vitamina B2) foi absorvida pelo tecido corneano.
    6. A córnea então entra em contato com a irradiação de luz ultravioleta através de um aparelho onde é exposta por cerca de 30 minutos, onde a solução de riboflavina é aplicada a cada 5 minutos.
    7. Durante o tratamento o paciente é orientado a manter o olhar em direção a sonda de emissão de luz.
    8. Após a cirurgia é colocada uma lente de contato terapêutica que é retirada de 5 a 7 dias, ou seja, é mantida até a completa cicatrização do tecido corneano.
    9. Como também, durante o pós-operatório pode ser indicado colírio de antibiótico, anti-inflamatório e analgésicos orais em pacientes com queixa de dor.

    A cirurgia do Crosslinking é segura?

    Normalmente, a irradiação ultravioleta traz malefícios para os olhos, causando queimaduras ou inflamações na córnea em humanos, dentre elas, a irradiação ultravioleta B conhecida como UVB 290-320.

    Porém, no método crosslinking  vem se mostrando muito benéfico no  tratamento do ceratocone , ou seja, é utilizado somente o UVA (370 nm), este valor é considerado seguro e eficaz de acordo com estudos científicos e vale ressaltar que sempre antes de iniciar o tratamento se faz uma checagem da irradiação UVA usando calibrador do equipamento.

    Já comprovou ser uma técnica simples, não invasiva e eficaz na estabilidade dos tecidos da córnea. Além disso, aumenta a ligação das fibras de colágeno, desse modo, retarda a progressão da doença ceratocone podendo evitar futuramente um transplante de córnea.

    Indicação da Cirurgia Crosslinking

    • Ceratocone leve ou moderado;
    • Edemas da córnea;
    • Traumatismos oculares;
    • Diagnóstico de ectasia, ou seja, afinamento da córnea e encurvamento similar ao Ceratocone;
    • Infecções da córnea;
    • Ceratopatia bolhosa;
    • Paciente que possui uma córnea com uma espessura acima de 400 micras (comprovada pela paquimetria ultrassônica)

    Contra indicações

    • Ceratocone avançado;
    • Olho seco;
    • Doenças autoimune;
    • Período da Gravidez e Amamentação;
    • Ceratite por Herpes;
    • Erosão Epitelial;
    • Doenças graves oculares.

    Recuperação da Cirurgia Crosslinking

    Até a retirada da lente, pode haver incômodo ocular associado a sensação de corpo estranho, como por exemplo, areia, além de, fotofobia, ardor, lacrimejamento e dor moderada.

    A recuperação visual é gradual e deve ser avaliada mensalmente nos primeiros três meses, podendo ficar com a visão embaçada entre 30 a 90 dias, até voltar ao normal.

    Qual o objetivo da cirurgia crosslinking?

    O Crosslinking tem como objetivo evitar a progresso da doença ceratocone e evitar que um dia você venha a realizar um transplante de córnea.

    Mas afinal o que é a ceratocone?

    O ceratocone é uma doença corneana degenerativa e costuma ser progressiva, além de alterar a estrutura da córnea. Geralmente é diagnosticada na adolescência e progride na fase adulta, causando inúmeras alterações na superfície da córnea.

    Caracterizada pelo afinamento central da córnea, ela passa a assumir uma forma de cone, além de alterar a sua espessura.

    O principal sintoma do ceratocone é a visão distorcida tanto para longe como para perto, fotofobia, coceira e atopia.

    Graus do ceratocone

    • Grau 1:  Só consegue diagnosticar se realizar o exame, pois não compromete a visão.
    • Grau 2:  Passa a ter dificuldade para enxergar, sendo necessário o uso de óculos, lentes de contatos para correção.
    • Grau 3: Já é uma fase avançada mesmo com o uso de óculos ou lente de contato, a visão já está bem afetada perdendo a nitidez, necessitando de intervenção cirúrgica para correção.
    • Grau 4: nesta fase está mais avançado, as cirurgias refrativas e correções ópticas não são mais eficazes, pois podemos encontrar opacidade da córnea ou edema. Nesta fase, a única forma de tratamento é o transplante de córnea.

    O ceratocone é uma doença que não tem cura, mas com o tratamento correto ela pode ser controlada, portanto, quanto mais cedo for diagnosticada e tratada mais eficaz será o tratamento.

    Conclui-se que a cirurgia Crosslinking do colágeno corneano é a técnica mais avançada nas fases iniciais do ceratocone e em casos mais avançados podem ser usado como complemento a outros tratamentos, pois uma das principais causas desta doença é a fraqueza do colágeno da córnea e, cirurgia tem a  finalidade de criar novas ligações covalentes, entre as moléculas de colágeno, fortalecendo a córnea, estabilizando o ceratocone e reduzindo o número de transplante de córnea.

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    Abraços,

    Dr. David Ribeiro de Mendonça Filho
    CRM/SP 98339
    Especialidade: Cirurgias Refrativas, Catarata, Ceratocone e Retina Clínica